domingo, 15 de setembro de 2013

O Santuário Fushimi Inari em Quioto

Quioto (Kyoto) é sem dúvidas uma das mais ricas cidades do Japão em termos culturais. Antiga capital do país na época imperial, Quioto tem uma quantidade surpreendente de templos, mais de 1600! Nem morando lá por muito tempo daria pra visitar tudo. Se tem que escolher alguns, vou falar aqui de um que não pode deixar de ser visitado: O Santuário Fushimi Inari

Na foto abaixo está a entrada do santuário, marcada com um portão laranja enorme. Estes portões são chamados Toriji e são ligados à religião japonesa anterior ao budismo, o xintoísmo.



 Lugar Sagrado

Depois de passar pelo Toriji, segundo a crença, você está agora em um local sagrado, em contato com o mundo dos kami, que são seres com poderes sobre-humanos. Então, você vai ver muita gente prestando suas homenagens e orações nos vários templos desse santuário laranja.




Os Caminhos Infinitos

Os templos de Fushimi Inari são bem legais, mas a maior razão de visitar este santuário é que ele tem uma grande quantidade de caminhos feitos de pequenos Torijis que dão a impressão de se estar em um túnel laranja infinito.


As fotos dos caminhos infinitos estão sem nenhum aumento de saturação, os portões são realmente bem laranjas =).


Preparo físico e hora

O santuário fica na base de uma montanha de 233 metros chamada Inari. Eu não tinha lido a respeito antes, e por isso não esperava que os caminhos fossem na realidade uma subida na montanha. Se for encarar o caminho inteiro, além de fôlego, é bom ir preparado com água e calcular seu passeio pra pelo menos duas horas e meia antes do anoitecer. O caminho é bem longo e tem algumas bifurcações, como na foto abaixo, então não é difícil de se perder à noite.


Lá do alto

Pra quem quer fotografar, sempre vale a dica de ir na melhor hora do dia em termos de luz, o pôr do sol. Quase no topo da montanha, você vai encontrar um espacinho pra ver toda a cidade ao pé da montanha, a vegetação é bem densa, mas deu pra tirar a foto abaixo.


Descendo

Depois de ver o por do sol lá do alto, foi bom ver o santuário à noite com pouquíssimos turistas, o que é bem raro no Japão. Abaixo, despedi-me do santuário com uma foto de longa exposição da portão principal na entrada.


Concluindo...

Em meio a tantos templos, o santuário de Fushimi Inari é um lugar único em Quioto e definitivamente um lugar pra incluir no roteiro. O colorido laranja dos portões dão um tom bem especial às fotos, assim como a riqueza de detalhes na arquitetura dos templos.



Boas Fotos!

domingo, 8 de setembro de 2013

Baía de Tóquio


Tóquio é conhecida por ser a cidade mais populosa do mundo, cheia de edifícios e multidões pelas ruas. Ainda assim, é possível encontrar paisagens calmas e sem o barulho das ruas. A Baía de Tóquio (Tokyo Bay) é um destes lugares que proporciona uma paisagem com todos os elementos de um ótimo cartão postal. Na foto abaixo, tem-se uma vista panorâmica tirada de um dos vários diques ao longo da praia. Dependendo de como estiver o tempo, ir no horário do pôr do sol é uma boa.


Sunset in Tokyo Bay, Japan | 17mm | ISO 100 | f/22 | 1s




Skyscraper, Shiodome station in Tokyo, Japan | 17mm | ISO 100 | f/11 | 1/100s











Chegando




Para chegar na baía de Tóquio, você pode pegar a linha de trem da JR (Japan Railway) que é chamada de Yurikamome. O acesso à essa linha é possível em várias estações de metrô de Tóquio.



Na foto ao lado, dá pra ver o trem da linha Yurikamome chegando na estação de Shiodome, que foi onde desci do metrô pra pegá-lo. Aproveitei pra fotografar o trem com o imenso edifício ao fundo.



Apenas andar nesta linha já vale a pena pra quem gosta de curtir a paisagem. Os vagões têm amplas janelas e, como praticamente todo o trajeto é neste tipo de trilho suspenso, dá pra ter uma boa visão da baía. A parte mais legal do trajeto é passar pela ponte da primeira foto.











Vire à esquerda


Você deve descer na estação Daiba. Assim que sair da estação, à esquerda, você vai ver uma cópia da estátua da liberdade, logo antes de chegar na vista principal. É cópia, mas a foto é boa mesmo assim.


Liberty in Tokyo Bay, Japan | 33mm | ISO 200 | f/14 | 20s


À Noite

Logo depois da estátua, você se depara com um imenso horizonte delineado por prédios e pela Rainbow Bridge. Como fui lá na hora do pôr do sol, não demorou muito pra noite cair e ver a ponte fazer jus ao nome, colorindo a nightscape com os barcos de passeio turístico que encerravam seus expedientes. Com a ajuda de um tripé, fiz a foto abaixo com uma longa exposição de 20 segundos.


Rainbow Bridge at Night in Tokyo, Japan | 17mm | ISO 200 | f/14 | 20s


Se cansar da Rainbow Bridge, basta virar-se que não faltarão boas fotos.


Buldings in Tokyo Bay, Japan | 19mm | ISO 100 | f/11 | 25s





Rocks and Sunset in Tokyo, Japan | 17mm | ISO 100 | f/22 | 0.4s













Além das multidões


Enfim, pra quem gosta de fotografar paisagem, a baía de Tóquio é definitivamente um lugar pra incluir no roteiro de visita da cidade. 



A Baía proporciona uma escapada das multidões e dos edifícios e sem ter que pegar um trem bala para longe de Tóquio. Além disso, a experiência de passar de trem por toda a extensão da Baía é indescritível.









Boas fotos =) !



sábado, 30 de junho de 2012

A regra dos terços

A maioria das pessoas, ao fotografar, ou mesmo filmar, tendem a centralizar o que está em evidência na foto. O que nem todos sabem é que o centro da foto não é um bom lugar pra prender os olhos do observador.  Tentar manter o olhar no centro do retângulo é um esforço a mais pra quem observa a sua fotografia. 

Se o melhor ponto não é o centro, onde é?

Baseado nesse conceito de não centralizar sua foto, existe uma regra bem conhecida e aplicada na fotografia: a regra dos terços (the rule of thirds). A regra dos terços é um dos pilares da composição fotográfica. 

O conceito principal da regra dos terços é que a fotografia pode ser dividida em três partes, tanto horizontalmente quanto verticalmente. Se traçarmos linhas para dividirmos a foto em três, temos algo como na figura ao lado. Os pontos de encontro das linhas são os pontos ótimos para colocar os elementos principais da foto.

Imagine e descentralize

Imaginar as linhas na hora de bater a foto pode não ser tão fácil para algumas pessoas. Para facilitar, pense apenas se o que te chama mais atenção na foto está no centro, se estiver, desloque um pouco a câmera pro lado, de preferência em diagonal. Esse movimento pode ser a diferença entre você bater uma foto 3X4 e bater uma foto bem composta.

Na foto abaixo, podemos ver bem a aplicação da regra dos terços. O motivo principal da foto, que é a casa, está em um dos pontos de encontro das linhas. 

Standing Stones in Carnac, France | 37mm | ISO 100 | f/11 | 1/125s | Bosco Ferreira

Não precisa ser exato

Embora seja o ideal, você não precisa colocar os objetos exatamente nos pontos de encontro das linhas, já faz uma diferença considerável se ao invés de centralizar, você colocá-los sobre as linhas da grade imaginária. As flores na foto abaixo acompanham a linha horizontal superior da grade.

Tulipes in Rennes, France | 55mm | ISO 100 | f/5.6 | 1/30s | Bosco Ferreira

Reconheça a regra dos terços

Se você prestar um pouco mais de atenção, vai ver que nos filmes, a câmera não centraliza o ator ou os objetos importantes de uma cena. Eles estão quase sempre deslocados para as linhas imaginárias dos terços. Até mesmo antes de existir a fotografia, muitos pintores já pensavam que o centro da tela não era o melhor lugar pra colocar o motivo da pintura. Não é difícil reconhecer que a regra dos terços é utilizada desde capas de revistas (veja a foto ao lado) até obras de arte.

Toda regra...

Assim como todas as regras, a regra dos terços também pode ser quebrada em algumas situações, é o caso de composições para mostrar a simetria, ou fotos mais abstratas, nas quais não podemos identificar os elementos principais na foto.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Como usar as Linhas?

As linhas são elementos primordiais para guiar o olhar de uma pessoa ao observar uma fotografia. Elas podem deixar sua foto mais agradável (ou desagradável), dependendo de como são posicionadas.

Como identifico as linhas na minha foto?

Com um pouco de imaginação, identificar uma linha que guie os olhos do observador da foto não é tão difícil. Em uma paisagem, o curso de um rio, uma ponte, uma cerca, uma estrada ou até mesmo uma árvore, são exemplos de linhas que, dependendo de como são posicionadas na foto, podem deixar a fotografia bem mais agradável.

Por que é importante pensar nas linhas?

Fotos de paisagens tendem a ser cheias de informação, sendo inúmeros os pontos nos quais você pode deter sua atenção, diferente de um retrato, onde certamente seus olhos se concentrarão no rosto e olhos da pessoa na foto. Assim, as linhas podem ajudar seus olhos a não se perderem no meio de tanta informação. As linhas conduzem o olho do observador pela foto, elas podem levá-lo tanto ao ponto que você quis destacar na foto ( uma estrada levando até um castelo) como estragar a composição da foto, levando o observador para "fora" da foto (a mesma estrada indo para o canto da fotografia e deixando o castelo fora da zona de conforto da foto).

Como posso posicionar as linhas?

Uma tendência nas fotos de paisagem é fazer com que a linha fique em diagonal na foto e, se possível, começando de um dos cantos inferiores da foto. Por exemplo, ao invés de tentar deixar o leito de um rio paralelo à linha horizontal da foto, você pode utilizá-lo como uma diagonal que percorre uma boa extensão da foto. Na foto abaixo, podemos ver um exemplo de como usar as linhas do muro e das grades para guiar o olho até o motivo da foto, que é a cidade fortificada de Saint Malo, na França.

Saint-Malo, France | 27mm | ISO 100 | f/11 | 1/80s | Bosco Ferreira

Algo a ser evitado quando se tem uma linha bem evidente na foto é que, ao invés de conduzir o passeio do olhar por toda a fotografia, ela divida a fotografia ao meio. Posicionar a linha no centro e totalmente perpendicular é algo que gera essa divisão, portanto é indesejável, a menos que você tenha um bom motivo para isso, como, por exemplo, mostrar a simetria entre os dois lados.